Por: Wilame Lima

Quase todos os setores da sociedade já adotaram um discurso socialmente responsável, mas parece que o número de imobiliárias que fazem ouvidos moucos para o assunto é grande. Até agora, a iniciativa vinha das construtoras – que viram no tema a oportunidade de produzir imóveis ecologicamente responsáveis – ou de poucos corretores que se limitavam a colar adesivos de “apague quando não estiver usando” nos interruptores dos imóveis que representam.

Porém, iniciativas mais consistentes ainda ficam a desejar, principalmente no caso de imobiliárias menores, que muitas vezes não conseguem ou não sabem como por em prática um discurso verde. A neutralização de carbono, por exemplo, parece assunto de gente grande demais para que os pequenos possam participar. O que restaria, então, seria a construção de imobiliárias verdes, orgânicas, que economizam água e luz em prol de um mundo melhor.

Depende. Pensar dessa forma é limitar o próprio poder de atuação e de barganha. As imobiliárias, apesar dos pesares, ainda são locais procurados por clientes com necessidades de compra e venda de imóveis. Muitas vezes, com necessidades verdes. Saber distinguir o que é verde ou o que é comum dentro da carteira de imóveis à disposição do cliente é a chave para incentivar o pensamento ecológico.

Marcas como a CENTURY 21 Brasil, por exemplo, desenvolveram uma série de critérios para classificar os imóveis comercializados pelas suas franquias como verdes ou não. No fim das contas, depois de passar por uma bateria de análises, as propriedades verdes são divulgadas no website da companhia com um selo especial, que garante que o morador do futuro imóvel contribua para um ambiente urbano mais salutar. Dentre os critérios, analisam-se a proximidade do imóvel de metrôs e trens, outros tipos de transporte públicos, ciclovias, parques, consumo médio de energia por unidade, reaproveitamento de água, aproveitamento do vento e da luz solar e muitos outros, utilizados por sistemas de certificação verde como o LEED.

Para desenvolver o projeto, a CENTURY 21 Brasil procurou adaptar e simplificar algumas exigências a fim de incluir empreendimentos lançados por construtoras com essa preocupação. Ainda assim, a classificação como verde de um imóvel não é simples, de outro modo, correríamos o risco de banalizar o discurso e transformar o projeto em letra morta. A preocupação de uma empresa com uma causa dita verde deve ser séria e legítima, não apenas fruto de uma campanha de Marketing bem bolada.

No caso da CENTURY 21, a idéia é que os critérios sejam expandidos à medida que o próprio mercado imobiliário investir na construção de prédios cada vez mais verdes, chegando-se a analisar do material utilizado para a construção do edifício até o nível de incômodo causado aos moradores da região durante o erguimento da estrutura. Acreditamos que para sermos verdes, é preciso acompanhar as próprias mudanças do mercado sem perder de vista a inclusão democrática de empreendimentos que já possuem um pouco dessa preocupação. Para o cliente, isso se reverte em chamariz para o seu imóvel. Para o mundo, a iniciativa é uma forma de aliviar o peso dos estragos ecológicos produzidos dia após dia.

Sustentabilidade, longe de ser discurso, é uma forma de devolver à natureza aquilo o que retiramos dela, seja com pequenas ou grandes ações. As imobiliárias não devem se aterrorizar com as mudanças que exigem empresas mais preocupadas com o ambiente onde se inserem. Ao contrário, elas podem e devem começar a conversar mais sobre esse papo de gente grande.

* Wilame Lima é Coordenador da Marca CENTURY 21 no Brasil.

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